segunda-feira, 13 de outubro de 2008

No Chile... ELE!

A noite do dia 17 de setembro foi memorável. Saí correndo do táxi e subi as escadas do hotel com tamanha euforia que acredito que flutuava. (Foi nesse momento transcendental que o recém corte de cabelo se manifestou rebelde e não abaixou mais: parecia um sol.) Entrei no quarto, sem o menor ruído. O coração aos pulos, as mãos trêmulas de suor, o estômago em saltos e as pernas bambas. Meus olhos?? Inchados e vermelhos de tanto chorar... Finalmente o reencontrava!!



Parada ao lado da porta, olhei escondida para vê-lo: um homem alto, lindo, de cabelos brancos e os olhos cansados, com traços tão familiares… Seu sorriso, ainda que afetado pelo tempo, transmitia a mesma sensação inexplicável de bem-estar.



E quem era ele, afinal?? Muitos o chamam de Dom Corleone (e pedem a sua benção), outros o chamam de Gandalf. Pode ser reconhecido como Johnny Bond, Johnny Bravo, Big Johnny ou simplesmente Johnny. Na formalidade, o chamam de João Bosco, Bosco, João ou Professor. No carinho da família, tio Janjão e Bolinha...





...mas, o nome que melhor exprime meu amor por ele é simples: PAPITOOOO!




--> Em tempo: Vocês têm que entender... para a filha caçula, colada com super bonder no pai e na mãe, a descrição acima passa longe da emoção que senti ao reencontrar ele, depois da pequena temporada sem vê-lo.


A visita foi uma aventura do início ao fim. Conhecemos muitos lugares de Santiago. Na quinta, como disse anteriormente, fomos à Fonda do Parque Padre Hurtado durante o dia. Conversamos muito (até demais. Talvez tenha sido a presença do pisco), participamos do rodeio, assistimos as apresentações teatrais e comemos tudo o que estava permitido. Pela noite, jantar italiano acompanhado de cueca e um chocolate quente!



Na sexta, assistimos o desfile das forças armadas do Chile, onde estabelecemos contatos com diversas lhamas e com embaixadores (de países que a gente não lembra o nome) que acreditaram que estavam sendo entrevistados para uma agência de notícias do Brasil. (rs)Depois, fomos conhecer o Palácio de La Moneda, onde está a presidente Michelle Bachelet (Gordis!). Acreditávamos que estaria vazio, afinal, todas as pessoas estavam no desfile das forças armadas... QUAL FOI A NOSSA SURPRESA, quem estava voltando para casa?? SIIIM!! ELA!! A GORDIS!! Na verdade, quando chegamos lá, descobrimos que estava voltando para o palácio... um pequeno grupo de admiradores a esperava com ansiedade, portando bandeiras e cartazes com afetos para “la presidenta”. Eu e papito, com a veia jornalística começando a manifestar, ficamos em pé, esperando, por aproximadamente 1 hora e meia, na tentativa de tirar uma foto de recordação. E não é que funcionou?! Agora somos amigas íntimas, conversamos sobre namoricos e liquidações de botas e roupas, enquanto devoramos chocolates na sala de visitas do palácio. (kkkkk) (Er,... bom... para tirar a foto, pedi licença ao senhor que estava a minha frente e, como um tom de voz um pouco alterado disse: MICHELE!! UMA FOTO PARA BRASIL. A parte da amizade foi enfeite para vocês ficarem empolgados). Depois dos contatos políticos, mortos de fome, avançamos no primeiro hambúrguer que encontramos pela frente... Sem perder o costume, é claro, de finalizar a noite com chocolate quente!



No sábado, começamos o dia conhecendo o pátio Bella Vista, um local situado em um bairro histórico e cultural, que na parte da noite é uma espécie de Savassi. A entrada do dia foi espetacular: mais chocolate quente!! (rs. Dessa vez com creme e framboesa). Saciados, caminhamos até a casa do Pablo Neruda, também no Bela Vista onde finalizamos a manhã. O almoço foi no mercado Central, local tradicional do Chile que reúne bons restaurantes de mariscos. Depois, uma parada na Casa Central (Campus da Universidade, onde estudo), Cerro Santa Lucia (local histórico do Chile, onde começa a história de Santiago), feirinhas artesanais, Catedral e Plaza de Armas. Nessa noite, a última, chegamos em casa, tomamos banho e seguimos para o cinema, para assistir um sessão de madrugada enquanto esperávamos a hora de ir para o aeroporto. Domingo de madrugada, às 4 da manhã, papito seguia de volta para BH...



Enfim. Nesses três dias, quando voltada para casa depois de deixá-lo no hotel, me dei conta – e talvez isso já tivesse acontecido antes, mas não com tanta clareza – que Deus não escolheu um pai para mim. Ele escolheu o melhor homem do mundo, o mais bonito, charmoso e gatão (comprovado por garçonetes chilenas. Ghrrrrrr), o mais correto, o mais legal, o mais compreensivo, o mais gentil, etc, etc, etc. Na tentativa de me conter (porque já estou na segunda página do post), sou obrigada a finalizar afirmando que sua presença perto de mim foi incrível:



...Conversamos sobre tudo, sobre sua vida, sobre minha vida. Recordamos o passado. Projetamos o futuro. ‘Meu Deus!, pensei em muitos momentos.’ Como posso amar tanto alguém assim?’ Algumas vezes ficava um silêncio carregado de paz e eu sentia a certeza absoluta: na minha frente estava o melhor homem que já conheci.


Sinto muitas saudades, pai.




Beijo enorme para todos. Confiram as fotos.

http://picasaweb.google.com/priscila.favaro